A proteína é essencial para nossas atividades vitais por ter
funções importantíssimas como: função construtora na formação de novas células
e crescimentos das mesmas, construção de músculos, órgãos, tendões, membranas,
entre outros; função reguladora com a formação de aminoácidos fundamentais para
formação de enzimas, hormônios e anticorpos; auxilia no equilíbrio de funções
como o equilíbrio hidroeletrolítico, coagulação sanguínea, etc e também possui
função energética para nosso corpo.
Porém a recomendação correta de consumo de proteínas é em
média 15% de toda a refeição do dia, sendo os outros 85% corretamente distribuídos
em carboidratos e gorduras (em relação a fontes de energias). Em relação ao
quilo de peso é recomendado: 0,8 a 1,2g de Proteína para cada Kg para pessoas
adultas saudáveis e de 1,4 a 1,8g de Proteína para cada Kg para atletas ou
praticantes de atividades físicas. Muitas pesquisas já mostraram que o consumo
acima de 2g por Kg não é totalmente utilizado, sendo o excesso excretado pela
urina.
O que acontece é que muitos praticantes de esportes costumam
consumir uma quantidade absurda de proteína chegando até 5g por Kg . E pior que
isso, muitos (não só esportistas) aderiram à “dieta da proteína” que tem como
objetivo a ingestão de alimentos ricos em proteínas e gorduras e eliminação de
carboidratos de qualquer origem (a Organização Mundial da Saúde faz sérias
restrições ao uso em excesso de gorduras e proteínas).
Com a adoção da dieta da proteína temos dois fatores
gravíssimos:
1º EXCESSO DE PROTEÍNA
- leva a uma sobrecarga renal resultando em sérias doenças nesse órgão;
- causam um aumento de substâncias tóxicas ao organismo (amônia) desencadeando outras doenças como encefalopatia hepática e hiperamonemia;
- as principais fontes de proteína alimentares são de origem animal, ou seja, carnes, ovos, leite e derivados (ricos em gordura saturada) que em excesso pode desencadear doenças cardiovasculares (as que mais matam no mundo);
- a proteína só é utilizada na produção de energia quando não há mais glicose disponível, ou seja, não é essa a sua função principal, quando ela é usada para esse fim causa um estresse oxidativo muito grande, elevando o nível de cortisol (hormônio do estresse), fragilizando o sistema imunológico e favorecendo o aparecimento de doenças.
- Além disso, com a ingestão elevada de proteína, há uma excreção do excesso na urina levando junto sais minerais como cálcio e potássio (devido à desidratação causada pela produção de corpos cetônicos (explicarei mais abaixo)), surgindo o risco de cãibras e enfraquecimento dos ossos por carência desses minerais.
2º CARÊNCIA DE CARBOIDRATOS
Os carboidratos é
nossa principal fonte de energia, devendo ser consumido em maior quantidade que
as proteínas e gorduras (+-55%), até para os ‘acima do peso’, por ser a ÚNICA
FORMA de energia para o cérebro (na falta deste, o corpo causa uma série
de reações fazendo com que a gordura armazenada seja quebrada para fornecer
energia para o cérebro, surgindo substâncias chamadas de corpos cetônicos
que é altamente tóxico em excesso. A produção de corpos cetônicos é mínima em
condições normais de alimentação balanceada. Quando ocorre um quadro de privação
de carboidrato há uma elevação na produção desses corpos cetônicos, induzindo
os níveis sanguíneos à uma cetoacidose, um quadro muito perigoso e pode levar a
pessoa à desidratação, coma e até à morte). Muitas vezes a perda de peso se dá
pelo excesso de desidratação causado pela cetoacidose.
Baixo consumo de
carboidrato também leva a quadro de fadiga muscular, tontura, hipoglicemia,
vômitos, etc.;
Os carboidratos também são as principais fontes
de fibras e nutrientes, outro motivo para consumi-las adequadamente. Os carboidratos
complexos são benéficos para nosso intestino, protegendo-o contra doenças
(colite ulcerativa) e regulando o trânsito intestinal; também possui função
estrutural para o tecido nervoso e conjuntivo.
O excesso de carboidrato pode levar ao aumento de
peso e elevação do triglicerídeos, sendo importante a adoção de uma dieta
balanceada, sendo assim, nunca inicie dietas de outras pessoas ou siga dietas
de revistas que você leu. Procure sempre um profissional capacitado, ele irá
elaborar o melhor plano alimentar para você dentro se suas possibilidades e
necessidades.
Por Fabrícia Souza Ferreira (fsf_nutri@hotmail.com)
Fonte: GALISA, M.S.; ESPERANÇA, L.M.B.; SÁ N.G. Nutrição:
conceitos e aplicações. São Paulo: M. Books, 2008.
Krause:
Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 12. ed. São Paulo: editora Elsevier, 2010.
PAIVA, A.C; ALFENAS, R.C.G; BRESSAN, J. Efeitos
da alta ingestão diária de proteínas no metabolismo. Rev
Bras Nutr Clin, v.22, n.1, p.83-8, 2007
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